14/06/2008

Paulo Portas: "Portugal só deve acolher aqueles que pode integrar"

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, reiterou hoje a necessidade de Portugal só «acolher os imigrantes que pode integrar», para que estes possam viver com «toda a dignidade que merece o ser humano».
«Não é aceitável uma política demagógica de abertura completa das fronteiras, entre quem quiser e em qualquer circunstância», afirmou aos jornalistas em Lamego, ao comentar a Directiva de Retorno, que pretende harmonizar a regulação das diferentes políticas de imigração dos 27 da União Europeia e conceder-lhes mais poder para poderem repatriar imigrantes ilegais.
Paulo Portas criticou que «a esquerda prometa mundos e fundos à imigração», explicando ser «mais contido, mais reservado nas entradas, mais exigente do ponto de vista da humanidade na sua integração».
«Não devemos, como faz a esquerda, prometer fronteiras abertas para toda a gente, em qualquer canto, se depois não temos capacidade para os integrar», frisou, lamentando que, em consequência disso, se vejam «imigrantes à volta dos caixotes do lixo a ver se têm alguma coisa para poder comer».
Neste âmbito, disse ser «muito prejudicial aos Estados fazerem política demagógica e promessas utópicas em relação à imigração», considerando ainda que Portugal «não deve aceitar a exploração de trabalho humano».
Várias organizações europeias de direitos humanos e de apoio a imigrantes reunidas na plataforma «No Fortress Europe» estão a recolher assinaturas contra a futura lei europeia sobre o repatriamento de imigrantes em situação ilegal, que irá ser votada pelo Parlamento Europeu (PE).
In Diário Digital, 14 de Junho de 2008

04/06/2008

“Oficina de Educação Intercultural”

O projecto CRIA promove mais um workshop, no próximo dia 24 de Junho, na Biblioteca Municipal de Faro, no âmbito do ciclo de workshops subordinado ao tema "A Diferença num Contexto de Inclusão". A equipa de formação do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) vai dinamizar um encontro dedicado às questões da Interculturalidade designado "Oficina de Educação Intercultural" que consiste num exercício de reflexão mais específico sobre o modo como o processo de educação / aprendizagem intercultural pode ser potenciado em contexto escolar. A iniciativa, das 10 às 17 horas, destina-se a pais familiares, docentes, educadores, formadores e outros agentes da comunidade educativa.
In Região Sul, 4 de Junho de 2008

27/05/2008

D. Ximenes Belo presente no I Encontro Escolar Inter e Multicultural

De 28 de Maio a 1 de Junho, vai decorrer no Auditório Municipal e no Parque de Estacionamento em frente ao Tribunal, o I Encontro Escolar Inter e Multicultural, das 10h00 às 22h00.

Com esta iniciativa, pretende o Município de Albufeira e o projecto “Nós e o Mundo”, da Escola Secundária do Concelho, expor, debater e solucionar questões relacionadas com as influências culturais no município. A autarquia, congratula-se pelo facto de poder contar com a importante presença do Prémio Nobel da Paz, D. Ximenes Belo, no I Encontro Escolar Inter e Multicultural de Albufeira.

O Vereador da Câmara Municipal de Albufeira, com o pelouro da Educação, José Carlos Rolo, explica a importância deste encontro:

“Albufeira é o município mais jovem do país, não só pela taxa de natalidade, como pelo acolhimento de pessoas de todo o mundo. As nossas salas de aula são vivos exemplos de multiculturalidade. A globalidade é uma das marcas das nossas escolas, o que se traduz num factor de desenvolvimento bastante positivo. Porém, existem inúmeras problemáticas que se associam a este dado sociológico. Para expor, debater e solucionar questões intrínsecas a esta amálgama de influências culturais, o Município de Albufeira, em parceria com o Projecto "Nós e o Mundo" da E.S.A., propõe-se a realizar o I Encontro Escolar Inter e Multicultural, com a certeza de que uma boa gestão da Educação só poderá dar excelentes frutos.”

De salientar também que o Ano 2008 foi escolhido, pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da UE, como o Ano Europeu do Diálogo Intercultural (AEDI).

No lema da UE “Juntos na Diversidade”, estão espelhadas todas as nossas diferenças e semelhanças enquanto cidadãos de um espaço comum, com histórias partilhadas e identidades dinâmicas em constante mutação, enriquecidas pelo constante diálogo com os que nos procuram nos nossos países e com aqueles com quem nos cruzamos lá fora.

O Ano do Diálogo Intercultural é um convite feito a todos, com o intuito de participarem activamente nos eventos propostos pelo país e pela Europa, a fim de nos consciencializarmos, racional e emocionalmente, que o diálogo intercultural é uma forma de apaziguarmos os nossos receios face ao desconhecido e de tecermos redes para nos aproximarmos no respeito e na aceitação mútua.
Neste âmbito o lema escolhido para o Ano foi ‘Juntos na Diversidade’.

In Câmara Municipal de Albufeira/www.cm-albufeira.pt

Migrações/Mediterrâneo: Portugal apresenta sítio Euromed dedicado às remessas de imigrantes

Portugal apresenta terça-feira, em Évora, na VI Conferência sobre Migrações no Mediterrâneo Ocidental, o sítio Euromed, portal da Internet desenvolvido pelo SEF e dedicado às remessas de imigrantes, disse hoje à Lusa o ministro da Administração Interna.

Segundo Rui Pereira, o sítio Euromed foi desenvolvido pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e tem como "objectivo ensinar tecnicamente como fazer remessas de divisas dos imigrantes" através do sistema bancário, tendo em conta a larga experiência de Portugal, que há décadas recebe remessas dos emigrantes portugueses espalhados pelo mundo.

Para o ministro da Administração Interna, as remessas dos imigrantes são "um factor importante para o desenvolvimento dos países de origem e de destino".

O sítio Euromed será apresentado em Évora na VI Conferência sobre Migrações no Mediterrâneo Ocidental, reunião conhecida pelo Diálogo 5+5 sobre Migrações.

Além de Portugal, que preside actualmente a este fórum de diálogo informal, fazem parte do grupo 5+5 Espanha, França, Itália, Malta, Marrocos, Líbia, Argélia, Tunísia e Mauritânia.

Na reunião, Portugal também vai apresentar um protótipo de sítio de diálogo 5+5 para "facilitar a troca de experiências e boas práticas entre os países que integram as duas margens do Mediterrâneo", adiantou à Lusa Rui Pereira.

O ministro sublinhou que a "troca de notícias sobre as melhores práticas que existem em matéria de migrações é fundamental para o diálogo" do grupo 5+5.

Os dois portais na Internet são, na opinião de Rui Pereira, "duas experiências em que mais uma vez se utiliza as novas tecnologias de informação e comunicação ao serviço de uma gestão correcta do fenómeno das migrações".

O governante acrescentou que durante a reunião, que se realiza no Convento do Espinheiro, em Évora, será igualmente discutida a cooperação entre os países de origem, de trânsito e de destino de forma a melhor gerir as migrações.

"Questões relacionadas com mobilidade, migração circular, sistemas de informação, combate ao auxílio da imigração ilegal e ao tráfico de seres humanos" são outros temas em debate, segundo Rui Pereira, que disse ainda que a conferência pretende também discutir o acolhimento de imigrantes, uma vez que "a integração é um factor muito importante para que os fenómenos migratórios constituam benefícios humanos e económicos para os países de origem e de destino".

A reunião do grupo 5+5 sobre Migrações realiza-se numa altura em que alguns países da União Europeia, como a França e a Itália, ponderam adoptar políticas mais repressivas contra os imigrantes ilegais e a própria UE discute uma directiva sobre o repatriamento.

O novo projecto-lei comunitário sobre o repatriamento de imigrantes ilegais, que se encontra para aprovação no Parlamento Europeu, pretende harmonizar a regulação das diferentes políticas de imigração dos Estados-membros e conceder-lhes mais poder para poderem repatriar imigrantes em situação ilegal.

Rui Pereira disse à Lusa que na reunião de Évora "não será discutido" qualquer plano da União Europeia.

O ministro acrescentou que Portugal "continua a apostar numa visão global e integrada do fenómeno das migrações", sendo "a favor de uma regulação da migração que ajuda ao desenvolvimento dos Estados de origem e de destino" e do "combate ao auxílio à imigração ilegal e ao tráfico de pessoas".

A VI Conferência sobre Migrações no Mediterrâneo Ocidental, que reúne ministros responsáveis pelas migrações, tem início hoje à noite com um jantar de gala em Évora.

In Agência Lusa, 27 de Maio de 2008

Cabo Verde: PR Pedro Pires espera "avanço" na parceria com UE durante presidência francesa

Cabo Verde espera que o acordo de parceria especial com a União Europeia "tenha um avanço", nomeadamente na área da emigração, durante a presidência francesa no segundo semestre deste ano, disse hoje em Paris Presidente cabo-verdiano, Pedro Pires.

Pedro Pires esteve hoje em Paris a caminho do Japão, onde vai participar na IV Conferência de Tóquio sobre o desenvolvimento em África, de 28 a 30 de Maio, e regressa à capital francesa na próxima semana, tendo agendado para 02 de Junho um encontro com o seu homólogo francês, Nicolas Sarkozy.

Em declarações à Lusa hoje em Paris, O Presidente cabo-verdiano disse que espera um avanço nas relações entre a Europa e o arquipélago nomeadamente em "criar condições para que haja uma emigração cabo-verdiana legal".

O conselho europeu de ministros da Justiça e do Interior de 06 de Dezembro passado escolheu Cabo Verde e a Moldávia como países-piloto para uma experiência de flexibilidade de circulação de pessoas de países terceiros no espaço da União Europeia.

Segundo Pedro Pires, está "em vista a assinatura de um acordo com alguns países europeus, como Portugal, Espanha, França e eventualmente Luxemburgo", no âmbito dessa flexibilidade de circulação.

Com Nicolas Sarkozy o Presidente de Cabo Verde deve também discutir a segurança e o combate ao narcotráfico, que "neste momento tem uma presença preocupante na Africa Ocidental", sendo necessário "um apoio sério" nesta área.

Nesta sua passagem por Paris, Pedro Pires encontrou-se com Koichiro Matsuura, director-geral da UNESCO, com quem abordou a candidatura da Cidade Velha a Património da Humanidade, um dossier que o governo enviou àquela organização da ONU em Janeiro passado e sobre o qual apenas deverá haver uma decisão no próximo ano.

Situada na ilha de Santiago, a Cidade Velha foi a primeira urbe construída pelos portugueses quando da descoberta das ilhas em 1460 e conserva ainda vestígios da sua história, quando foi um importante entreposto negreiro.

Na conferência de Tóquio, o Presidente cabo-verdiano disse que irá falar da necessidade "urgente e consistente em apoiar aqueles que têm uma situação alimentar em perigo" e defendeu que é "fundamental haver uma estratégia para o desenvolvimento da produção agrícola alimentar, para garantir uma segurança alimentar sustentável e previsível".

"África tem recursos importantes em terra, mão-de-obra e água. É uma questão de colocar como prioridade a produção agrícola alimentar", acrescentou Pedro Pires.

In Agência Lusa, 27 de Maio de 2008

A Língua Portuguesa em Timor-Leste


O contacto dos Portugueses com os Timorenses data de 1512, quando depois da Conquista de Malaca os navegadores lusos sulcavam os mares da Insulíndia, em demanda de especiarias, cravo, noz moscada, canela e sândalo. Na altura, a língua do comércio naquelas paragens era o Malaio. Porém ao longo dos séculos XVI e XVII, a língua franca era o Português. O ensino da língua Portuguesa em Solar, Flores, Timor e Ilhas circunvizinhas, foi implementado, sobretudo, pelos missionários dominicanos. Pois nos finais do século XVI fundaram um seminário menor em Solor para ensinar os meninos da Ilha a ler, contar. Nos princípios do século XVI, com a perda de Solar para os Holandeses, abriram outro seminário em Larantuca. Na Ilha de Timor, onde a presença dos dominicanos se fez sentir com maior intensidade, abriram-se escolas rudimentares nos reinos, junto das capelas e igrejas, que não eram senão barracões cobertos com colmos de palmeiras ou coqueiros ou de capim. Na segunda metade do século XVIII, fundou-se o primeiro seminário em Oecusse, durante o governo do Bispo Frei António de Castro (1738-42). Em 1747, abria-se um segundo seminário em Manatuto. Não dispomos de relatórios dos Frades, sobre o funcionamento, o programa de estudos, nem o número de alunos e muito menos de sacerdotes formados, fruto daquelas duas instituições. Em 1769, por causa do cerco dos Topasses e da ameaça dos holandeses, a Praça de Lifau foi incendiada, e mudou-se a capital para Díli. Presume-se que em Díli, os dominicanos residentes na Praça de Díli, tivessem fundado escolas. O certo é que em 1772, o comandante de um navio francês François Etienne Rosely depois de ter visitado Lifau, Díli e outras povoações costeiras, fazia este comentário: “Quase todos os chefes falam Português e nos reinos vizinhos dos Portugueses é a língua geral (...). Conheci alguns muito sensatos, espirituais, engenhosos, sinceros e de boa fé, entre os quais um, muito versado na História da Europa”.

Ao longo do século IX, verificou-se a diminuição de missionários dominicanos. E isso teve consequência na acção missionária e naturalmente do ensino do Português. Entre os anos 1830 a1856, o primeiro padre Timorense, Frei Gregorio Maria Barreto dirigia uma escola rudimentar nos reinos de OeCuuse, Ambeno e Dili. Em 1863, o governador Afonso de Castro fundou ma escola régia em Dilui, destinada aos filhos dos Chefes e de outros principais. A direcção dessa escola foi entregue ao segundo padre Timorense, Jacob dos Reis e Cunha. O grande desenvolvimento das escolas das missões deu-se em 1878, quando o padre António Joaquim de Medeiros, mais tarde Bispo de Macau, estabeleceu o programa da educação da juventude timorense com a abertura de escolas rurais em Manatuto, Lacló, Lacluta, Samoro, Oe-Cusse, Maubara, Baucau, etc. A instrução, a certa altura era tão absorvente que os padres, dedicavam-se mais às escolas do que à missionação. Essa situação mudou tempestivamente com o governo do Bispo Dom José da Costa Nunes. Em 1924, fundou-se a escola de Preparação de Professores-catequistas. Os timorenses que tinham sido aprovados nessa escola, e depois de serem nomeados professores, foram colocados em diversas estações missio-nárias, tornado-se agentes principais do ensino da Língua Portuguesa nas aldeias e no sucos. Em 1935, o Governo da Colónia de Timor decidiu entregar o “ensino primário, agrícola, profissional às Missões Católicas, sob a superintendência do Governo da Colónia” (Portaria Oficial, n.º 14). Em 1936, fundou-se o Seminário Menor em Soibada, pelo padre Superior daquela Missão, Jaime Garcia Goulart. E em 1938, funda-se o primeiro liceu. Pode-se afirmar que em 1940, 4 % dos Timorenses falavam o Português, isto é os funcionários, os professores e os catequistas, os “liurais” e chefes, aqueles que tinham tirado a 3 ª e a 4ª classe em Díli e no Colégio de Soibada.

Até à invasão das tropas estrangeiras, Australianos e Holandeses num primeiro momento, e depois, os Japoneses, o ensino ficou paralisado. Depois do Armistício de 1945, e da retomada da soberania em Timor, retomou-se o ensino, reabrindo-se colégios e escolas. Em 1960, com o major da Engenharia Themudo Barata, como Governador da Província, assiste-se a um surto de escolas municipais. E em 1963, o Exército começa a dedicar-se ao ensino, nas escolas dos sucos, escolas essas situadas nos lugares de mais difícil acesso. Até 1970, havia no Timor Português um Liceu (de Díli), um Seminário Menor, onde se ministrava o ensino secundário, uma Escola de Enfermagem, uma Escola de Professores do Posto, uma Escola Técnica, em Díli, e em Fatumaca, uma Escola Elementar de Agricultura. Nessa época havia em Timor 311 escolas primárias, com 637 professores e 34.000 alunos. Até 1975, data da invasão pela Indonésia do território de Timor, apenas 20% dos Timorenses falavam correcta e correntemente o Português. Como se explica esta situação? Vários factores: a distância (20 mil quilómetros da Metrópole); reduzido orçamento destinado ao ensino e instrução; reduzido número de professores; a falta de interesse da maioria de famílias (agricultores); só dois semanários ( A Voz de Timor e a Província de Timor), um quinzenário, a Seara (propriedade da Diocese de Díli); apenas 2 emissoras. Tudo isso pouco contribuiu para a difusão da Língua. A existência de 21 línguas ou dialectos, o que permitas aos falantes, usarem o Português, só no âmbito da escola ou nos actos oficiais.

O período da ocupação indonésia (1976-1999). O ensino da Língua portuguesa foi banido e proibido em todo o Território, excepção feita ao Externato de São José. A Diocese de Dilui, contudo, publicava os seus documentos (quer da Câmara Eclesiástica ou do paço episcopal) em Português. A guerrilha comunicava-se em Português. Nalgumas repartições do Estado, poucos timorenses, informalmente comunicam-se em Português. Houve casos em que um outro jovem foi esbofeteado por saudar o missionário com um “Bom-dia, senhor padre!”.

Hoje, embora o Português seja considerado a Língua oficial de Timor, a par do Tetum, (art. 13 da Constituição de RDTL), a sua implementação depara-se com grandes obstáculos. Há sectores da sociedade timorense que são contra o uso da Língua Portuguesa; as línguas nacionais(21) e línguas estrangeiras (O Bahasa e Indonesia e o Inglês) são fortes concorrentes do Português. O timorense, às vezes, recorre-se ao uso do idioma mais fácil para a comunicação (Tetum, Bahasa, Inglês). Existência de insuficiente número de professores, de livros, de jornais e de rádios e da televisão. Ainda não está generalizado o costume de leitura entre os já “alfabetizados”, sobretudo, leitura de livros, especialmente os da Literatura.

Desafios: continuar a apostar no ensino e na prática da Língua Portuguesa. Para isso, exige-se maior empenhamento dos governantes; maior distribuição de livros e de outro material, maior implantação da rádio e da televisão nos Distritos e Sub-distritos. Daqui, a necessidade de cooperação de todos os Países da CPLP.

Num mundo globalizado, o actual panorama da existência de 4 Línguas em Timor (Tetum, Português, Inglês e Bahasa Indonésia), é enriquecedor e vantajoso. Pois cada Língua é uma janela aberta para o Mundo. Por outro lado está o orgulho da preservação da própria identidade nacional. E aqui vale a mensagem do Poeta: “A minha Pátria é a minha língua” (Fernando Pessoa).

D. Carlos Filipe Ximenes Belo

Bispo Emérito de Díli

In Agência Ecclesia, 27 de Maio de 2008

70% queixam-se de racismo na procura de emprego

Jovens africanos são mais atingidos pelo desemprego.
Os filhos dos imigrantes africanos trabalham sobretudo no sector terciário, distanciando-se do perfil dos pais, em que os homens estão na construção civil e as mulheres fazem limpezas. São mais escolarizados e têm outras expectativas, "mais próximos dos quadros da juventude urbana contemporânea do que da cultura imigrante", conclui um estudo sociológico sobre este grupo etário. Têm percursos profissionais muito semelhantes aos portugueses da mesma condição social, mas a realidade é que a maioria destes jovens é de classes mais desfavorecidas.Aquela é a conclusão geral do estudo "Filhos de imigrantes africanos: acessos, perfis e trajectos", publicado na última revista Migrações. Entrevistaram mil indivíduos entre os 15 e os 29 anos e Fernando Luís Machado, autor do trabalho, alerta para o facto de o mesmo demonstrar que os percursos "são diversificados e estão longe de reproduzir mecanicamente a condição mais comum entre os seus pais e mães, respectivamente o trabalho duradouro na construção civil e nos serviços não qualificados". Uma característica que se aplica sobretudo às raparigas que, tal como acontece com as filhas de portugueses, possuem maior escolaridade que os rapazes.Fernando Luís ilustra aquela situação com um exemplo que diz ser perfeitamente possível encontrar num qualquer centro comercial em Portugal. O de uma família em que a filha trabalha ao balcão de uma loja do centro e a mãe na firma que assegura a limpeza do mesmo, enquanto que o pai e o filho estão na construção civil, podendo o filho ser servente do pai. Além da rapariga ter mais escolaridade que o rapaz, o sector terciário é mais propenso a contratar mulheres do que homens, explica o sociólogo das migrações.Aquele cenário não é muito diferente do que pode ser encontrado numa família portuguesa de classe social igualmente desfavorecida. Mas o que já é diferente é que os "filhos dos imigrantes têm uma composição comparativamente desfavorecida" nos três principais critérios sociais: origem social, grau de escolaridade e tipo de profissão. E será que os filhos dos imigrantes africanos têm mais dificuldade em sair deste ciclo? "Têm tantas dificuldades em o conseguir, como qualquer outro jovem na mesma situação", diz Fernando Luís Machado, acrescentando: "Há sempre um factor que pode ter peso e que é o da discriminação racial, mas é uma minoria (31%) que diz haver racismo no local de trabalho". Uma percentagem que aumenta para 70% quando se trata de procurar um emprego.Em consequência da sua condição social, e não do facto de serem filhos de imigrantes africanos, sublinha mais uma vez Fernando Luís Machado, "aqueles jovens mudam com mais frequência de emprego, têm uma maior precariedade laboral e são mais atingidos pelo desemprego". As coisas parecem ser mais fáceis para quem tem a nacionalidade portuguesa. É entre estes que se encontram mais jovens que conseguem quebrar o ciclo de precariedade e ascender socialmente.

In Diário de Notícias, 26 de Maio de 2008

26/05/2008

Avaliação do Colóquio realizado no dia 8 de Maio


No dia 8 de Maio realizámos o colóquio, cujo tema foi "O Diálogo Intercultural e o impacto socio-económico no desenvolvimento do município”.
A actividade realizou-se no Auditório da nossa escola e contou com a presença das representantes da associação C.A.P.E.L.A.; da professora Conceição Veloso em representação do Projecto PACE e da professora Ana Cristina Cavaco– Vice-Presidente do Conselho Executivo. As turmas que vieram assistir foram as seguintes: 12º C, 12ºF, 12ºG, e a nossa, 12ºE.
O colóquio iniciou-se por volta do meio-dia, uma vez que uma das representantes da associação C.A.P.E.L.A. se atrasou e a Dr.ª Ana Figueiredo ter tido uma reunião de emergência, à última da hora.
O Sr. Avelino, responsável pela Associação Cabo-Verdiana, a professora Elsa Meira, presidente do Conselho Executivo também não compareceram por motivos profissionais. Embora não tenhamos tido ninguém para substituir o Sr. Avelino e a Dr.ª Ana Figueiredo, a Vice-Presidente do Conselho veio substituir a professora Elsa Meira.
Foram feitas algumas alterações, às perguntas dirigidas à Drª Ana Figueiredo que não foram feitas, pela ausência da mesma. A Aurora ficou a passar os slides, uma vez que não pedimos a ninguém para o fazer e o Pedro passou a fazer toda a apresentação, a conclusão e também adoptou o papel de moderador.
A actividade correu bem, na medida em que houve bastante interacção com o público, houve muitas questões, muito interesse pelo tema, muitas pessoas deram a sua opinião e os resultados dos inquéritos foram, na sua maioria, positivos.
A professora Conceição Veloso deu uma grande ajuda, pois abordou temas/questões que o nosso grupo poderia ter abordado e não o fez.
Os pontos negativos foram o grupo ter participado pouco. Não tínhamos um grande à vontade e poderíamos ter explorado melhor o tema, tendo feito outras e outro tipo de questões. Também devíamos ter arranjado uma solução para a desistência do representante da Associação Cabo-Verdiana e não o fizemos. A parte positiva foi que os objectivos foram alcançados, pois não só conseguimos expôr bem o tema e interagir bastante com o público, como também adquirimos mais informações e conhecimentos que não tínhamos obtido nas entrevistas e nas pesquisas feitas.

28/04/2008

Entrevista à Vice-Presidente da Escola Eng. Nuno Mergulhão


Objectivo: Obter informações relacionadas com os alunos imigrantes que frequentam estas escolas e existência ou não de projectos relacionados com os mesmos.

Data: 21 de Abril de 2008

Entrevistado: Vice-Presidente – Teresa Mendes

1 - Com o passar dos anos tem havido um aumento ou uma diminuição do nº de emigrantes que frequentam a sua escola? Na sua opinião a que se deve isso?
Tem havido um aumento, que se deve á emigração constante que tem havido que e devido ao crescimento da cidade, á maior probabilidade de emprego, etc.

2 - Costuma aceitar bem a vinda de alunos estrangeiros para esta escola ou tende a ser selectivo/a quanto ao tipo de imigrantes que aceita?
Não, qualquer aluno é bem-vindo desde que existam vagas.

3 - Quantas nacionalidades diferentes existem na escola?
Nesta escola existem bastantes nacionalidades diferentes, são 18 ao todo, sendo a nacionalidade brasileira a que existe em maior número.

4 - Qual a comunidade linguística que mais se destaca? Porquê?
São os meninos dos países de Leste.

5 - Acha o desempenho desses alunos bom ou mau?
O desempenho é bom, aprendem facilmente a língua portuguesa.

6- Que tipo de apoio fornece aos emigrantes relativamente à sua aprendizagem e adaptação?
Existe um projecto a nível nacional que fornece um apoio extra na língua portuguesa, de resto recebem apoio como qualquer outro aluno.

7- Como acha que tem sido a adaptação dos alunos estrangeiros na escola?
Os alunos adaptam-se geralmente bem, não tem propriamente a ver com a escola, tem mais a ver primeiro, com a adaptação dos pais.

8 - Na sua escola existe algum projecto onde as outras comunidades estrangeiras estejam inseridas?
Não existe nenhum projecto em especial, recebe apoio individual como outro aluno.

22/04/2008

Amostra dos folhetos

A partir deste momento está disponivel no nosso blog uma amostra dos folhetos que criamos sobre as associações de imigrantes em Portimão.


Dê uma olhadela, porque brevemente estarão disponíveis:



folhetos_20_282_29 - Get more documents

21/04/2008

Projecto Pace - Resumo elaborado pelo grupo

Projecto PACE
(Portfolio de Avaliação de Competências Europeias)

Este projecto tem como parceria europeia as seguintes escolas:
Latina (IT) – SMS G. Gena (escola coord) / IC Don Milani; Nuremberga (DE) Wilhelm-Loehe-Schule; Salamanca (ES) – IES Torres Vilarroel / IES Vaguada de La Palma


Objectivos
Os objectivos gerais deste projecto são a elaboração de quadros de referência de competências europeias em varias áreas disciplinares, de forma a facilitar a mobilidade transnacional de alunos na Europa.
O principal objectivo deste projecto é a integração de alunos emigrantes, partindo da sua identidade cultural, bem como a educação multicultural de todos os alunos, tendo em conta a compreensão, tolerância e consciência europeia. Este projecto pretende ainda o desenvolvimento de estratégias que permitam facilitar a integração de alunos com dificuldades de aprendizagem, de forma a evitar bullying, através do desenvolvimento do sentimento de identidade e pertença, para que se possa obter uma escola onde igualdade de oportunidades, equidade e justiça sejam princípios educativos fundamentais.
A implementação e avaliação de estratégias de gestão e organização são feitas através da troca de experiências e de informação entre as escolas parceiras. O projecto pretende também o reforço da cooperação com a comunidade local e com as comunidades imigrantes.


Desenvolvimento do projecto


Depois do encontro que decorreu em 2007 no mês de Maio, em Portimão, onde cada uma das escolas presentes no encontro responsabilizou-se pelo tratamento de vários temas de acordo com as suas necessidades e prioridades, Para escola secundária Manuel Teixeira Gomes as actividades que foram previstas foram as seguintes:
Dificuldades de aprendizagem
- Estudo comparativo dos sistemas de educação compensatória das escolas parceiras.
- Estudo da realidade escolar no que respeita ao funcionamento dos apoios educativos; proposta das medidas adequadas ao contexto.
Integração dos alunos estrangeiros
Continuação de:
- Oferta de cursos de Português Língua não Materna (iniciação e continuação/ ensino diurno e nocturno)
- Gabinete de apoio ao aluno estrangeiro (sinalização dos alunos; aplicação das fichas de integração; aperfeiçoamento do sistema de alunos tutores; contactos com as famílias)
- Aprofundamento dos contactos com comunidades emigrantes;
- Actividades de cooperação com o projecto JA.
Espaços de pertença – da identidade restrita á identidade alargada; educação para o multiculturismo
- A escola como espaço de pertença:
Aplicação de um questionário aos alunos/ famílias sobre a identificação com a escola/imagem da escola;
Apresentação de propostas decorrentes da analise de resultados;
Sinalização de ex-alunos da instituição, tendo em vista a criação de um clube de ex-alunos;
Convite a ex-alunos da instituição com actividade profissional relevante para participação em palestras/ passagem de testemunhos aos alunos actuais;
Apresentação de proposta de realização de um encontro-convívio, com periodicidade a determinar de ex-alunos e professores da escola;
Planificação e aplicação de unidades didácticas no domínio da educação multicultural, nas áreas disciplinares envolvidas.


Informações adicionais

- A divulgação do projecto é feita através de sessões públicas de divulgação de projectos á comunidade educativa e á comunidade alargada, placard informativo, página da escola e imprensa

- A avaliação do projecto é efectuada de acordo com a analise dos resultados atingidos nos vários encontros do projecto, do relatório final a enviar á agencia nacional, dos relatórios intermédio e final de actividades e do desenho e experimentação de instrumentos de avaliação a aplicar aos encarregados de educação, alunos e associações locais.
O público-alvo deste projecto é a comunidade educativa.
O projecto é financiado pela comunidade europeia.

- Os professores envolvidos que formam a equipa responsável são:
Professora Estela Vieira – coordenadora do projecto;
Professora Ana Gonzaga;
Professora Maria da Conceição Veloso

Professora Maria José Duarte

17/04/2008

Entrevista à Drª Isabel Guerreiro, vereadora da cultura de Portimão

O nosso Objectivo: Saber de que forma o município tem sido influenciado pelas comunidades linguísticas nele existentes, e qual o apoio que lhes dá.

1- Confirma que o número de estrangeiros residentes no nosso município tem vindo a aumentar ao longo destes últimos anos?

R: Sim, principalmente oriundos do Brasil.

2- Muitos desses residentes criaram associações de sua própria comunidade. De que forma é que a autarquia auxilia essas associações em termos de infra-estruturas, apoios concedidos, etc? Acha que essas associações têm trazido benefícios para a cidade?

R: Apoios: financeiros, apoio técnico e logístico, instalações e cedência de transportes. Tem trazido muitos benefícios no geral, em termos de integração social.

3- Que infra-estruturas oferece a cidade para a realização de eventos organizados pelas comunidades estrangeiras?

R: Auditório, Portimão Arena, etc..

4- Poderá esta “mistura” de raças e culturas trazer alguma vantagem ou desvantagem para o desenvolvimento do município?

R: Vantagem, mão de obra qualificada e disponível para trabalhar em todas as áreas no Sector da Industria Hoteleira e outras.

5- Acha que o município tem sido influenciado pelas várias comunidades linguísticas nele existentes? Se sim, como?

R: Sim, através da Multiculturiedade.

6- Existem escolas em Portimão com alunos de várias nacionalidades. O que tem a dizer acerca disto? De que forma é que estes são ajudados na sua vinda para cá?

R: No Município de Portimão existem escolas que têm alunos provenientes de 20/30 nacionalidades diferentes. De acordo c/ informações prestadas pelos Estabelecimentos de Ensino tem sido positivo quer para os alunos do Município porque tem sido uma partilha de experiências diferentes e enriquecedoras do interesse de ambas as partes. Cada escola tem arranjado a sua estratégia para uma melhor integração dos alunos estrangeiros proporcionando o melhor acolhimento a estes alunos quer na escola quer a nível social (fora de escola). Existem escolas que criaram a figura do aluno tutor (de nacionalidade portuguesa) que vive próximo do aluno estrangeiro, que ao fim de semana é responsável por levá-lo ao cinema, a um concerto ou a uma outra actividade cultural, para que a sua integração também seja efectuada a nível social.

15/04/2008

NOVIDADES sobre o COLÓQUIO !!!!


O Colóquio realizar-se-á no dia 8 de Maio de 2008, no Auditório da nossa escola, das 11:45 até às 13:15.
Estarão presentes membros das Associações C.A.P.E.L.A. e da Associação Cabo-Verdiana, bem como um membro do Conselho Executivo da nossa escola. Estarão boletins de inscrição na Biblioteca Escolar /Centro de Recursos Educativos e no Polivalente para quem quiser participar ou assistir.

Entrega a ficha de inscrição à funcionária do bloco B até ao dia 5 de Maio!

Não te esqueças, vem e traz um amigo!!!!

Entrevista à Presidente e Vice-Presidente do Agrup. Vertical de Escolas Júdice Fialho - prof.ª Elisa Barreiras e prof.ª Fátima

1 - Com o passar dos anos tem havido um aumento ou uma diminuição do nº de imigrantes que frequentam a sua escola? Na sua opinião a que se deve isso?
Prof.ª Elisa: Houve um aumento muito significativo e deve-se sobretudo à imigração dos habitantes dos países de leste para a Europa ocidental decorrente das necessidades de trabalho e à livre circulação dos cidadãos na sociedade, tanto aqui nesta escola como na do primeiro ciclo, ambas as escolas receberam mais alunos estrangeiros nestes últimos anos.

2 – Costuma aceitar bem a vinda de alunos estrangeiros para esta escola ou tende a ser selectiva quanto ao tipo de imigrantes que aceita?
Prof.ª Elisa: Não se pode ser selectivo, a escola é para todos, dado que é uma escola pública. A escola só não aceita mais alunos quando não existem mais vagas para estes, quando surge essa situação encaminhamo-los para outra escola da zona. A explosão demográfica aqui em Portimão é muita. No primeiro ciclo existem turmas de 24 a 25 alunos e no segundo e terceiro ciclo há uma turma do 5º ano que chegou aos 30 alunos.

3 - Quantas nacionalidades diferentes existem na escola?
Prof.ª Elisa: Várias, nesta escola existem alunos moldavos, ucranianos, russos, romenos, brasileiros, cabo-verdianos, angolanos, cubanos, etc.. Mas os que predominam são os cabo-verdianos e a seguir os ucranianos.

4 - Qual a comunidade linguística que mais se destaca? Porquê?
Prof.ª Elisa: Os alunos de leste. Na sua maioria são muito empenhados e lutam para conseguirem superar todas as suas dificuldades.

5 - Acha o desempenho desses alunos bom ou mau?
Prof.ª Elisa: Há de tudo um pouco, temos um caso de uma aluna moldava que se aplica bastante e que tem neste momento media de 5 a todas as disciplinas.

6- Que tipo de apoio fornece aos imigrantes relativamente à sua aprendizagem e adaptação?
Prof.ª Fátima: Há um despacho, um normativo que permite a estes meninos ter um acompanhamento, no primeiro ciclo eles têm no mínimo 90 minutos semanais de apoio extra lectivo e no segundo ciclo têm já um apoio também extra lectivo na área da língua portuguesa, o chamado – português para estrangeiros. Neste momento temos cerca de 157 alunos a nível de agrupamento desse apoio.

7- Como acha que tem sido a adaptação dos alunos estrangeiros na escola?
Prof.ª Fátima: Adaptam-se muito bem, eles depois têm tendência em agrupar-se. Principalmente os alunos de leste que são muito determinados, quando têm dificuldades em termos de língua tentam superá-las.

8 - Na sua escola existe algum projecto onde as outras comunidades estrangeiras estejam inseridas?
Prof.ª Elisa: Não, mas há cerca de um mês a turma do 7º B fez um jantar inter cultural para os alunos da turma e para os seus pais, esse jantar surgiu devido ao projecto da direcção de turma. Os alunos confeccionaram comidas próprias de cada país e conviveram entre si.

13/04/2008

Entrevista ao presidente da associação cabo-verdiana - sr. Avelino Varela




1- Porque motivo decidiu viver em Portugal?
Não fui eu quem decidiu, primeiro veio o meu pai trabalhar para cá, na medida em que pudéssemos melhorar as nossas condições de vida, mais tarde acabei por vir para Portugal com a minha mãe e os meus irmãos e ficamos cá a morar.

2- Há quanto tempo vive em Portimão?

Há 35 anos.

3- Como foi a sua adaptação?
Foi simples, pois quando cheguei já estava no 2º ano, no ciclo. Fui estudar para a escola D. Martinho Castelo Branco, onde encontrei um ex-colega que também tinha estado em São Tomé e Príncipe. Encontrávamo-nos os dois numa turma muito boa e bastante unida, o que facilitou a minha adaptação a um novo país.

4- O que o levou a criar esta associação?
Quando saia à noite com o meu grupo de amigos, nunca tínhamos em Portimão um local que passasse músicas africanas, nem que existisse convívio entre africanos, tínhamos de ir para outras cidades. Foi ai que surgiu a ideia de criar esta associação, pedi apoios, que inicialmente foram recusados, até que 9 anos mais tarde apareceu o projecto de realojamento do barranco do Rodrigo.
A associação formou-se em 1999 e como a minha escolaridade era baixa tive de fazer o 6ºano.

5- Teve alguma ajuda da câmara municipal?
Sim, a Câmara Municipal forneceu-nos o local para a criação da associação, inicialmente no lugar do Barranco do Rodrigo.

6- Acha que tem ajudado a sua comunidade linguística através da associação que criou?
Acho que tenho ajudado, não em termos de língua, já que é a mesma, mas sim em realojamentos e assuntos relacionados com a escola e com a formação.

7- Quais os projectos que pretende desenvolver com a associação?
Vários, entre eles a criação de cursos. Futuramente, irão existir novos cursos na área da informática e hotelaria.

8- Costuma a encontrar-se com membros de outras comunidades? Se sim, onde?
Depende, normalmente encontrámo-nos com outros membros em Lisboa, Setúbal, Loulé e Quarteira. Estas câmaras municipais promovem formações, palestras sobre imigrantes, nelas as diferentes comunidades vão falar, dançar, ou seja, passar um bom bocado juntos e conviver entre si.

9- É difícil a adaptação dos estudantes da sua comunidade nas escolas portuguesas? Que tipos de apoio é que as escolas e a câmara municipal lhes concedem?
Não é muito difícil, pois a língua é a mesma e a escolaridade é equivalente. Os estudantes da minha comunidade têm ajuda através do protocolo da autarquia.

10- Os imigrantes têm muita dificuldade em encontrar emprego quando vêm para cá?
Acho que não, os imigrantes são ajudados. O mais difícil de tudo é a legalização e às vezes como os imigrantes não se encontram legais, os patrões demoram bastante tempo a pagar-lhes o ordenado

11- Em que profissões é que esses imigrantes se destacam?
Profissões ligadas ao ramo hoteleiro e construção civil.

12- Acha que se devia de alterar certos aspectos para uma melhor inserção dos imigrantes na sociedade ?
Na minha opinião, o governo deveria simplificar a documentação para a legalização dos imigrantes, dado que esse é um processo complicado.

07/04/2008

Cabo Verde e a sua emigração

A emigração de Cabo Verde é secular, sendo facilitada pela grande circulação local de navios de longo curso.
O Brasil recebeu desde o século XVI os primeiros emigrantes.
A partida para os EUA inicia-se, em fins do século XVIII, quando os baleiros deste país, começam a pescar estes cetáceos por estas paragens. A longo do século XIX, criam-se importantes comunidades em Boston, Providence, New Bedford, etc.
Ao longo do século XIX registam-se já comunidades emigrantes deste país espalhados pelas américas (EUA, Brasil, Argentina, Uruguai, etc) e claro por Portugal.
Com o fim da escravatura, em meados do século XIX, milhares de cabo-verdianos são forçados a emigrarem para as regiões carentes de mão-de-obra (Brasil, S. Tomé e Princípe, etc). Trata-se de uma nova forma de escravatura, sendo agora os escravos denominados "contratados". A existência destes procedimentos está amplamente documentada desde meados do século XIX até meados dos século XX nas colónias portuguesas.
No século XX, passam a emigrar também para outras regiões da Europa, para além de Portugal, concentram-se em especial na Holanda (anos 50), Itália (anos 70) e França.
Os números oficiais desta emigração são bem elucidativos da presente diáspora. Entre 1900-1920 emigraram 27.765 (18.629 para os EUA); 1927-1945: 10.120 (3.336 para Lisboa); 1946-1952: 6.804; 1953-1973: 135.289.
O fluxo emigratório continuou muito elevado até aos nossos dias. Em 1987, os principais destinos foram os seguintes: EUA (39,7%), Portugal (22,3%), Holanda (8%), França (4,3%) e Angola (5,5%). A Itália perdeu a importância que tinha nos anos 70, como destino para esta emigração. Calcula-se que existam comunidades Cabo-verdianas espalhadas por 40 países

Fonte: http://lusotopia.no.sapo.pt/indexCVEmigracao.html

06/04/2008

Portugal empenhado na promoção do diálogo intercultural


A Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural defendeu ontem, dia 4 de Abril, em Braga, que Portugal é um país empenhado na promoção da diversidade cultural. «Num quadro de respeito mútuo dentro da lei, promove-se a afirmação da riqueza da diversidade em diálogo. Mais do que uma coexistência pacífica de diferentes comunidades, o modelo Intercultural afirma-se no cruzamento e miscigenação cultural, sem aniquilamentos, nem imposições», declarou Rosário Farmhouse.

Esta responsável falava na Universidade do Minho, no encerramento da conferência “Comunicação intercultural – perspectivas, dilemas e desafios”, que ao longo do dia juntou investigadores de diversas ciências sociais e humanas, nacionais e estrangeiros. Rosário Farmhouse lembrou que Portugal tem «uma longa história de país de emigrantes», sendo que «um terço da população de origem portuguesa vive emigrada e espalhada pelo mundo».

No entanto, no final do século XX, tornou-se também «um país de acolhimento de imigrantes», de modo que, actualmente, «pessoas de mais de 150 nacionalidades constituem já cerca de cinco por cento da população residente e dez por cento da população activa em Portugal». «Este novo contexto exigiu da sociedade portuguesa o desenvolvimento de uma política de acolhimento e integração de imigrantes mais consistente, designadamente através de iniciativas legislativas e respostas operacionais muito concretas», explicou.

A Alta Comissária vincou que, «com esta realidade, a opção portuguesa perante a diversidade cultural passa pela afirmação do princípio da interculturalidade». Em seu entender, o diálogo de culturas é «um dos temas centrais deste século», exigindo «o insubstituível contributo da sociedade civil». «A interculturalidade começa em cada um de nós. Por muito que o Estado faça, nada se conseguirá se cada um não tiver essa atitude», alertou.

Esta questão ganha particular relevância em 2008, que o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia declararam como Ano Europeu do Diálogo Intercultural, «na perspectiva de reforçar a construção de uma identidade europeia comum».

Fonte: Agência Ecclesia

02/04/2008

Governo atribui cerca de 622 mil euros para projectos de acolhimento e integração

O Governo vai atribuir cerca de 622 mil euros a associações de imigrantes para o desenvolvimento de projectos de acolhimento e integração de estrangeiros em Portugal, anunciou hoje o gabinete do ministro da Presidência.
Nesse âmbito, o Governo vai assinar quarta-feira 41 protocolos de apoio financeiro com associações de imigrantes, no valor global de cerca de 622 mil euros.

Segundo uma nota do gabinete do ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, o apoio financeiro é «o maior de sempre» atribuído a associações para o desenvolvimento do seu trabalho junto das comunidades imigrantes.

Os protocolos destinam-se a «apoiar os planos de actividade das associações de imigrantes» para este ano que visam «o acolhimento e integração, o reforço da coesão social e a promoção da igualdade de oportunidades», refere uma nota do gabinete do ministro da Presidência.

O reforço financeiro visa apoiar iniciativas relacionadas com a legalização e a aquisição de nacionalidade, acções de promoção da igualdade de oportunidades na educação, na saúde, no emprego e na procura de habitação, iniciativas de combate à discriminação e promoção da diversidade cultural.

A assinatura dos protocolos realiza-se no Centro Nacional de Apoio ao Imigrante, em Lisboa, e contará com a presença do ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira.
Fonte: Jornal Sol e Agência Lusa

26/03/2008

Imigrantes dão muito trabalho às maternidades algarvias


O Algarve é uma das regiões com maior taxa de natalidade, a par dos Açores e da Madeira, indicam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que poderão ser explicados pelo contributo dos imigrantes.

Segundo os mais recentes dados do INE, em 2006, a região algarvia registou 11,5 nascimentos por cada mil habitantes. Os imigrantes têm uma influência crescente nestes dados uma vez que, segundo a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, cerca de 20 por cento dos bebés que nasceram cá são filhos de mães estrangeira, na maioria de mulheres brasileiras e ucranianas.

Dados da ARS referentes a 2007 indicam que nasceram 3.781 bebés de mães portuguesas nos dois hospitais públicos (Faro e Portimão), mas no total nasceram 4.802 bebés, sendo 1.021 - 21 por cento - filhos de mãe estrangeira.

Os recém-nascidos filhos de mãe brasileira estão à frente, com 275 bebés a nascer no último ano, logo seguido de 150 bebés filhos de mães ucranianas e 143 romenas.
Bebés de progenitoras moldavas (100), inglesas (48) e cabo-verdiana (29) vêm logo a seguir na lista, indica a ARS.


Fonte: "Edição Especial"


23/03/2008

CPLP: Harmonizar as leis sobre imigração


Os responsáveis dos Serviços de Imigração e Fronteiras da CPLP vão estabelecer uma agenda estratégica para reforçar a cooperação, que inclui a harmonização das leis sobre imigração nos países de língua portuguesa.
A decisão foi tomada no dia 14 de Março na Cidade da Praia, em Cabo Verde, no final do VII encontro de directores de imigração e fronteiras da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa).
Os países em causa acordaram cooperar na formação e divulgação de novas tecnologias para tornar as fronteiras e os documentos mais seguros, conforme referiu o director de Serviços de Emigração e Fronteiras de Cabo Verde, Júlio Melício.
Por seu lado, o director-geral adjunto de Emigração e Fronteiras de Angola, Eduardo dos Santos, destacou que, no âmbito da luta contra a criminalidade organizada, os responsáveis lusófonos decidiram também melhorar a colaboração entre os serviços de todos os países da CPLP.
Assim, deste encontro resultaram conclusões e estratégias para um estreitamento da cooperação, sobretudo nas áreas da gestão documental de fluxos migratórios regulares e da emissão de documentos seguros, que permitam a livre circulação dos seus titulares e dificultem o aproveitamento por terceiros para uso indevido.

Fonte: ACIDI

ESMTG com Certificação de Boas Práticas com imigrantes

A equipa responsável pelo desenvolvimento do Projecto PACE, inserido no Programa Sócrates – Comenius 1, colocou a ESMTG no mapa de Boas Práticas quanto ao acolhimento e integração de alunos imigrantes, oriundos de outros sistemas de ensino, tendo-lhe sido certificada a sua participação.
A Organização Internacional das Migrações (OIM), o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, I.P. (ACIDI, I.P.) e a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) reconheceram, através da publicação “Acolhimento e Integração de Imigrantes em Portugal” um conjunto de projectos em desenvolvimento no nosso país e dignos de referência. Um resumo do trabalho desenvolvido nesta escola através do Projecto PACE pode ser consultado nesta publicação que está ao acesso de toda a comunidade escolar na Biblioteca/ Centro de Recursos desta escola.

03/03/2008

Entrevista à associação C.A.P.E.L.A


Objectivo da entrevista: obter informações sobre as várias comunidades linguísticas e sobre o seu modo de vida em Portimão.


1- Porque motivo decidiu viver em Portugal?
Decidiram vir por notarem que se vive bem devido ao Algarve ser uma zona turística, ter um clima bastante agradável e existirem diversas áreas de trabalho.

2- Há quanto tempo vive em Portimão?
A senhora Ludmila encontra-se em Portimão à 7 anos, veio em 1990 para Portugal. Por sua vez, a senhora Liliana é residente em Portimão há menos tempo, veio em 2001 e está cá à 5 anos.

3- Como foi a sua adaptação?
O tipo de adaptação depende de cada pessoa. Para a senhora que veio para Portimão mais tarde, a adaptação foi muito fácil, apesar do horário e o clima serem diferentes. Esta senhora chegou no Inverno e estava um dia de sol, o que lhe agradou imenso. Gostou muito do sol e de ter recebido o calor das pessoas, que lhe ajudaram a aprender a língua, apesar de nem sempre a corrigirem. Arranjar trabalho foi fácil, pois procurava qualquer coisa mesmo tendo estudos académicos.
Por sua vez, a senhora que chegou mais cedo, também chegou em Dezembro mas não lhe agradou o clima, dado de que não gosta de calor. Também achou fácil arranjar emprego, mas passou de gerente de um banco (era a sua profissão no país de origem) a empregada de limpeza ( profissão que exerceu em Portimão).
Ambas agarraram um emprego para assegurarem a sua vida e partilham a mesma opinião acerca do facto de ser difícil a forma de falar.

4- O que levou a criar esta associação?
Quem criou a associação foram pais/ professores cujos filhos foram os primeiros a ser integrados nas escolas. Devido aos problemas que tiveram de enfrentar e por terem ajudado os seus filhos a integrar-se. Nesta associação os emigrantes do leste são ajudados em qualquer dúvida que tenham, é-lhes dado informações sobre finanças, legalização, segurança social, emprego, escola, etc. A associação fornece um atendimento completo.

5- Obteve alguma ajuda da câmara municipal?
Sim, a câmara municipal forneceu o edifício desde 2003. É nesse edifício onde atendem as mais variadas pessoas de todas as repúblicas do leste.

6- De que forma sente que é influenciado/a no seu dia-a-dia através da nossa cultura?
Ambas têm uma opinião unânime no que toca á forma como são influenciadas. Consideram-se pessoas muito abertas e acham que aceitar a cultura portuguesa é bom para crescerem como pessoas. Quanto á gastronomia, no princípio não gostaram logo de tudo, mas com o passar do tempo começaram a habituar-se e agora já comem de tudo. Aceitaram a nossa cultura visto que festejam os feriados da nossa cultura e da deles. Festejam os nossos feriados nacionais, Páscoa, natal, passagem de ano etc.
Quando podem esforçam-se por mostrar a cultura do seu país. Isto confirmou-se na expo-social que ocorreu em Portimão em Janeiro deste ano.

7- Acha que tem ajudado a sua comunidade linguística através da associação que criou?
Sim, esta associação tem sido procurada por todo o Algarve. Proporcionam explicações e aulas de português e inglês para adultos e crianças. Também têm aulas de dança constituídas por 3 níveis.

8- Costuma encontrar-se com membros de outras comunidades? Se sim, onde?
Sim, encontram-se com associações como, “eindistebra” de Setúbal, “casa da música” e “casa do Brasil” de Lisboa, “cabo-verdiana” do Algarve, “centro cultural moldavo” em Lisboa entre outras. Recentemente marcaram encontro com a associação guineense. Encontram-se em locais como o 2º fórum de Setúbal que são 3 dias e no parlamento pelo convite do presidente da república.

9- É díficil a adaptação dos estudantes da sua comunidade linguísticas nas escolas portuguesas? Que tipo de apoio é que as escolas e a camâra municipal lhes concedem?
Não é fácil, existe uma barreira linguística, e algumas escolas acabaram com as aulas de apoio, o tipo de apoio que existe nem sempre é o mais apropriado visto que limitam-se a ensinar palavras em vez de ensinaram a forma de falar. A câmara municipal oferece bolsas sociais a famílias carenciadas e para isso os pais têm de preencher requisitos.

10- Os emigrantes têm muita dificuldade em encontrar emprego quando vêm cá? Em que profissões se destacam?
Ao virem para cá é díficil encontrarem emprego de acordo com as habilitações literárias que têm do seu país de origem. Apesar de alguns emigrantes terem cursos universitários, procuram emprego em todas as áreas e raramente lhes é dado um emprego de acordo com os seus estudos. Conseguir isso é muito trabalhoso porque há muitas etapas que têm de ultrapassar, como por exemplo as equivalências. Para a maioria dos homens, o emprego que rende mais é trabalhar nas obras, visto ser um emprego que ocorre durante o ano inteiro. A maioria das mulheres, acaba por trabalhar em hotelaria, embora não se contentem com isso, pois muitas vezes são empregos que só são garantidos no verão. No geral todos procuram um emprego que seja estável.

11- Ao chegar a um novo país, os estrangeiros têm tendência para formar grupos em que se inserem pessoas da mesma nacionalidade. Para si, quais são os motivos a que se deve essa formação de grupos?
Essa formação de grupos da mesma comunidade linguística muitas vezes deve-se ao facto dessas pessoas não saberem a língua , as leis, lidar com certos assuntos, etc. E também a uma simples necessidade de troca de informações, ao que eles chamam de “correio cigano”.

12- Acha que se devia alterar certos aspectos para uma melhor inserção dos emigrantes na sociedade?
As dirigentes consideram que a sociedade podia fazer ainda mais. Pensam que o estado não gastou dinheiro em formar pessoas do leste, não se preocupa em adaptar os cursos. Pensam ainda que o estado podia fazer uma avaliação para uma mais valia do povo português.

Curiosidades:


• A associação já trabalha muito bem e no ano de 2007 obteve 6.000 atendimentos;
• O seu logótipo são duas mãos dadas; para a equivalência de cursos gasta-se mais de 1.000€;
• ao virem para cá os emigrantes tentam agarrar a primeira proposta de trabalho para assegurar a sua vida;
• no geral todos os emigrantes desta comunidade linguística acham difícil a compreensão da língua.

28/02/2008

Portugal abriu as portas ao Ano Europeu do Diálogo Intercultural 2008



Foi ontem (27 de Fevereiro) lançado o Ano Europeu para o Diálogo Intercultural. Esta é uma iniciativa do Parlamento Europeu, que no nosso país, vai ser coordenado pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI).

Até ao final do ano inúmeras actividades estão já agendadas, num programa que não está ainda fechado. Actividades nacionais, regionais ou locais vão acontecer de Norte a Sul com o objectivo de promover o diálogo intercultural.

”Não se trata de uma iniciativa dirigida às comunidades imigrantes, mas antes às sociedades europeias como elas são", exprimiu à Agência Lusa, Rosário Farmhouse, Alta-comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural.

Rosário Farmhouse faz o apelo para que os portugueses conheçam melhor os imigrantes que vivem no país e que encarem a diversidade cultural como "uma grande oportunidade".
Esta oportunidade dada ao portugueses permite "dialogar mais e identificar-se" com as diferentes culturas e "perder o medo do desconhecido".

O diálogo intercultural existe em Portugal e a realização das mais de 500 iniciativas a nível nacional comprova que os portugueses "estão cada vez mais atentos a esta área", afirma a Alta-comissária.

No entanto este diálogo "pode ser melhorado" através da sensibilização da opinião pública para a riqueza da interculturalidade e pluralidade que vai permitir um conhecimento mútuo.
“Temos tendência de olhar para a diversidade cultural como uma ameaça. Em vez de a olharmos pela negativa, temos que a encarar como uma grande oportunidade para a construção de uma sociedade mais coesa, onde as pessoas se possam sentir bem, independentemente da sua origem, religião, classe social ou cultura. É importante conhecerem-se melhor", sublinha.

Rosário Farmhouse lembra que apesar de Portugal ser um país pequeno, com fluxos migratórios relativamente recentes e um povo que muitas vezes não reage "tão abertamente para aquilo que não conhecem", os imigrantes sentem-se "bem" no país e os portugueses "são genuinamente acolhedores" e "um povo muito dado à interacção com as outras culturas", afirmou.
A Alta-comissária considera que actualmente não se deve falar só em tolerância, mas também em diálogo intercultural.

“A tolerância é um passo fundamental para que se consiga estabelecer o diálogo, mas este tem que ser muito mais interactivo, tem que ir mais além, ser mais audaz para que realmente se consiga integrar os imigrantes e construir algo em conjunto".
As autarquias têm um papel decisivo na integração dos imigrantes. “A integração começa por ser de proximidade a nível local, na rua, bairro, freguesia e município”.
“Temos a possibilidade através das escolas que estão na sua autarquia poder chamar a atenção para a temática junto das crianças. Se conseguirmos preparar os mais novos temos frutos mais tarde", exemplificou.

De entre as "variadíssimas actividades" que integram o Ano Europeu do Diálogo Intercultural e que englobam a sociedade civil e diversos ministérios, Rosário Farmhouse destacou o projecto "Museu, Espelho Meu", que visa promover o museu como espaço de representação identitária, social e multicultural; o "Ciclo Outras Lisboa", no Teatro S. Luiz, em Lisboa, onde estarão em exibição peças de teatro de todo o mundo, e um concurso de fotografia europeu para promover a interculturalidade.

No âmbito do Ano Europeu do Diálogo Intercultural, que envolve 42 bibliotecas e 97 projectos com escolas, estão já programados cinco festivais de cinema, 33 espectáculos de dança e artes, 41 exposições, 75 feiras temáticas, 22 espectáculos de música, 46 peças de teatro e 63 colóquios, numa realização de 504 eventos que envolve mais de 300 instituições.

O desafio da integração

No desafio do acolhimento aos migrantes “a Igreja foi pioneira”, afirma à Agência ECCLESIA Eugénia Quaresma, da Obra Católica Portuguesa de Migrações – OCPM, recordando a obra feita a nível da formação ou do relacionamento com as associações e “deu sinais de acolhimento no diálogo inter-religioso”.
A OCPM aposta junto das dioceses na implementação da Festa dos Povos. Esta iniciativa tem sido um sucesso garantido de Norte a Sul dos país. Apesar de nem todas as dioceses apostarem ainda nesta realização, muitas são as paróquias que já a incluíram no seu calendário, “sendo sinal de integração comunitária”.
As migrações sempre fizeram parte da sociedade portuguesa. “O grande desafio deste ano é trabalhar a integração”, explica Eugénia Quaresma, que sublinha a importância da integração a nível local.
“As paróquias devem estar cada vez mais despertas para a integração”. Eugénia Quaresma dá conta de episódios de imigrantes que são “muito activos nos seus países de origem, mas que em Portugal estagnam. Não queremos que isso aconteça”.
“Se nas comunidades houver espaço para que as pessoas trabalhem em pé de igualdade, a integração acontecerá”, explica.
Passar para a integração “implica a evolução no olhar. O migrante não fica no patamar do «coitadinho» e da emergência social, mas vê-se nele um parceiro na construção da comunidade”, traduz Eugénia Quaresma.
O Fórum de Organizações Católicas para a Imigração – FORCIM - desenvolve trabalho de pressão e defesa dos direitos e deveres, para que o exercício de cidadania seja efectivado. As organizações católicas têm um contacto com a realidade. “Ouvem, estão com as pessoas e ajudam-nos a ajustar políticas e mecanismos implementados”, afirma Eugénia Quaresma.

A Festa dos Povos faz parte do programa do Ano Europeu do Diálogo Intercultural. Também algumas escolas estão envolvidas nesta programação anual através da promoção de acções de formação junto da comunidade escolar.
A OCPM vai promover, em Julho, um encontro nacional de formação dos responsáveis e colaboradores dos Secretariados Diocesanos, sob o tema “As Migrações e os Desafios pastorais da Igreja num país em mutação cultural”.
Projecto nunca realizado

O lançamento do Ano Europeu para o Diálogo Intercultural “é um desafio para cada pessoa individualmente, mas também para toda a sociedade, para uma atitude mais assumida e confiante”, afirma o Pe. Valentim Gonçalves, pároco do Prior Velho, em Lisboa.
Esta aceitação leva ao reconhecimento “que a diferença não é um risco mas antes uma oportunidade para se ter uma mundividência mais ampla e enriquecedora”, num projecto “nunca está realizado”, reconhece o pároco do Prior Velho.
Esta relação tem acompanhado a Igreja ao longo dos tempos e hoje “temos de estar muito atentos a este enorme desafio”, apela o sacerdote, pois hoje já ninguém vive isolado. “Temos um mundo que entra dentro de casa e são as realidades que estimulam a assumir posições, que acabam por ser novas na vida de cada um”.
Este é um esforço “muito exigente”, onde a corrente da rejeição e exclusão “é muito forte” e onde “quem entra abre a porta ao conflito e à guerra”.
O Pe. Valentim explica que a atitude de muticulturalismo pressupõe um movimento de dois sentidos onde “ninguém se exclui”. É do esforço conjunto que nasce a “integração”.
Cultura é caminho de evangelização
O Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa (CEPCEP) da Universidade Católica Portuguesa (UCP) está a celebrar 25 anos de vida.
O director desta unidade de investigação, Roberto Carneiro, frisa que a fundação do Centro foi “premonitória”, ao ter a visão da cultura como “terreno fértil para a evangelização” e para a própria Universidade.
Utilizando ferramentas académicas, o CECEP procura “analisar de forma sintética e interdisciplinar” os problemas da sociedade portuguesa, dos países lusófonos e das comunidades que partilham o português no mundo, da Galiza a Goa, na “mestiçagem de línguas e culturas”.
Dezenas de projectos foram promovidos para aproximar estes povos, destacando-se o investimento feito para “manter a língua portuguesa em Timor” ou na criação da Universidade Católica em Angola.
O Centro desenvolve estudos, investigação e formação, organização de conferências e debates, e edita publicações. O seu carácter interdisciplinar proporcionou a cooperação académica e científica em diversas áreas temáticas como a globalização, a cultura popular, a cidade, a imigração, a educação, o emprego e a história, tanto em Portugal como no mundo de língua portuguesa.
Rigor e qualidade são os princípios que gerem o centro, na realização dos “interesses públicos” a que se propõe, em benefício “das culturas de língua portuguesa”.
Roberto Carneiro afirma que o português se deve afirmar como “língua alternativa”, também na Internet, fugindo ao “império da língua inglesa”.


Para mais informações sobre o Ano Europeu do Diálogo Intercultural consultar http://www.aedi2008.pt/.
In "Agência Ecclesia", 28 de Fevereiro de 2008

18/02/2008

Semana Cáritas 2008


A Cáritas Portuguesa, entre 18 de Fevereiro e 24 de Fevereiro, organiza a "Semana Cáritas 2008". O tema da Cáritas Portuguesa este ano é "Acolhe a diversidade: abre portas à igualdade". O Presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, refere que é preciso educar o olhar. Pede ainda que abramos as portas à igualdade!
Transcreve-se, agora, um excerto da mensagem de Eugénio Fonseca para a Semana Cáritas 2008:

"Vamos ser fiéis à “ética do olhar” que não
discrimina, mas que a todos escuta, acolhe e auxilia com inteligência. Vamos
lutar contra as portas que parecem fechar-se silenciosamente que, ao
proclamarem a supremacia da ciência, da técnica, da gestão e do
tecnicismo correm o risco grave de deixar na rua, no desespero, longe dos
apoios legítimos, ao frio e à fome, muitos cidadãos portugueses e estrangeiros
que não têm outra saída se não recorrer à flexibilidade da caridade praticada
por tantas organizações da sociedade civil, entre as quais se contam
estruturas de inspiração cristã, animadas por voluntários e assalariados que
com cosciência cívica e de baptizados desenvolvem a sua acção social com
profundo sentido de serviço aos outros
."

Informação retirada do site da Cáritas:

A cultura Caboverdiana




A língua oficial é o português, usada nas escolas, na administração pública, na imprensa e nas publicações.
A língua nacional de Cabo Verde, a língua do povo, é o
crioulo cabo-verdiano (criol, kriolu). Cabo Verde é formado por dez ilhas (nove habitadas) e cada ilha tem um crioulo diferente. O crioulo está oficialmente em processo de normalização (criação duma norma) e discute-se a sua adopção como segunda língua oficial, ao lado do português.


Cabo Verde é membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Cabo Verde é país-sede de um organismo da CPLP, o
Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP).
Apesar de Cabo Verde pertencer à
Francofonia, não se trata de um país francófono.
O
inglês e o francês são leccionados no ensino secundário.
Existe uma comunidade de imigrantes senegaleses, especialmente na
ilha do Sal, que fala também o francês.


Informação retirada de: http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal

22/01/2008

A Imigração Brasileira em Portugal

Associações em Portugal



Os imigrantes que escolheram Portugal para concretizar os seus projectos de vida têm vindo a organizar-se em associações com o objectivo de proteger os seus direitos e interesses, assim como dos seus descendentes em Portugal.
Estas associações constituem espaços privilegiados de organização de pertenças culturais e comunitárias e de participação, nos quais as pessoas não são meras destinatárias, mas actores intervenientes na defesa dos seus direitos e na promoção de condições de bem-estar social. Elas são também as legítimas representantes da comunidade imigrante e os parceiros privilegiados na definição e execução das políticas de imigração.
Espalhadas um pouco por todo o país, desenvolvem o seu trabalho em áreas tão diversificadas como o apoio escolar para crianças e jovens, as actividades de tempos livres, os eventos culturais e recreativos, o apoio jurídico, as aulas de língua e cultura portuguesa e de outros países, as iniciativas de sensibilização e informação dirigidas à sociedade portuguesa, as acções de intervenção política no âmbito das questões da imigração e da luta contra a discriminação e também os projectos de desenvolvimento nos países de origem.

Informação retirada do site : http://www.acime.gov.pt/

Associação C.A.P.E.L.A. - Centro de Apoio à População Emigrante de Leste e Amigos


Esta é uma das duas associações de imigrantes que podemos encontrar em Portimão e está a funcionar desde Fevereiro de 2004. É uma instituição privada sem fins lucrativos, criada por iniciativa de um grupo de imigrantes de leste residentes no município.

A associação procura facilitar o processo de integração dos imigrantes, resolvendo os seus problemas primários - do conhecimento básico das leis portuguesas, do melhoramento das suas condições de vida e dos seus filhos, da criação dos próprios negócios, da compreensão da cultura e sociedade de acolhimento, entre outros. Esta associação apoia, não só a população de leste e os seus familiares, como também outros imigrantes do algarve.

Podemos encontrar a C.A.P.E.L.A na Urbanização Pimentão, Lote 6 CV Dto, 8500-776 Portimão. Ou quem quiser pode ligar para o 282 495 583 (telef/fax), 96 55 96 382 ou 96 00 76 835.

21/01/2008

Respeite o Imigrante



Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial - 21 de Março

Reconhecido apoio a imigrantes

A Junta de Freguesia de Portimão recebeu no passado dia 18 de Dezembro o certificado de reconhecimento público pelo facto de integrar o mapa de boas práticas de acolhimento e integração de imigrantes.

A cerimónia teve lugar em Lisboa, inserida no Dia internacional dos Migrantes e foi promovida pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural e pela Fundação Luso-Americana para o desenvolvimento.
O mapeamento, a cargo da OIM, abarca entidades que se tenham distinguido pelo trabalho em prol de uma melhor integração de quantos procuram no estrangeiro melhores condições de vida. A junta portimonense destacou-se por realizações como o Posto Público de Internet, as apresentações quinzenais relacionadas com subsídios de desemprego, o Festival de Canção Infantil Chaminé d'Oiro e a acção Rios de Adrenalina, dedicado aos mais novos.
Ana Figueiredo, presidente da Junta de Freguesia de Portimão, frisa que " é gratificante fazer o nosso trabalho em prol de determinados objectivos sociais e, depois, saber que esse esforço é reconhecido publicamente por instituições de prestígio, ligadas à temática. Ao promovermos as actividades de integração agora consideradas, acima de tudo, são as boas práticas que perseguimos. "
Informação retirada do Jornal camarário " Em directo, Portimão " - mês de Janeiro

Quem somos?

Os heterónimos
Aurora Offermans, Joana Nunes, Nicole Alegre e Pedro Marrachinho - somos um grupo de alunos da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes - Portimão, da disciplina de Área-Projecto, turma E do 12.º ano e estudantes do Curso de Línguas e Literaturas.

O nosso objectivo?

Através deste projecto pretendemos mostrar à comunidade portimonense de que forma as várias comunidades linguísticas presentes no município contribuem para o seu desenvolvimento e como estas também são influenciadas pela nossa cultura.